Obesidade na AdolescênciaSaúde & Qualidade de Vida - Adolescentes
A obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que resulta freqüentemente em um comprometimento significativo da saúde. São considerados obesos homens com mais de 25% de gordura corporal e mulheres com mais de 30% de gordura corporal.
A obesidade pode ter um conjunto de causas isoladas ou não, sendo as principais delas advindas de origem genética, endócrina, hipotalâmica, maus hábitos alimentares, sedentarismo, tireóide e taxa metabólica basal baixa (pessoas que têm baixa combustão dos alimentos, depletam pouco o que ingerem).
O aumento da obesidade é um fator exponencial em todos os países e tem atraído, cada vez mais, a atenção de especialistas preocupados com a alta incidência da doença. No Brasil, mais de 40% da população adulta está com excesso de peso. Trabalhos realizados entre adolescentes, escolares de São Paulo, mostram que mais de 30% deles apresentam excesso de peso. (FISBERG, 2002)
O sobrepeso e a obesidade na infância e adolescência têm sido relacionados como fatores de risco para doenças cardiovasculares, estando também associados a maiores prevalências de outras doenças na fase adulta. Em mulheres, há a possibilidade do desenvolvimento da artrite. Em homens, poderá causar gota e câncer do colo-retal, bem como interfere na otimização de outros males diversos em ambos os sexos, causando, inclusive, a mortalidade. Somando-se aos dados supra mencionados, estudos em países desenvolvidos sugerem que adolescentes obesos apresentam desvantagens socioeconômicas na vida adulta.
A adolescência é o período da vida que vai dos 10 aos 19 anos, 11 meses e 29 dias segundo critérios cronológicos propostos pela Organização Mundial de Saúde (World Health..., 1995), e caracteriza-se por profundas transformações somáticas, psicológicas e sociais.
Durante a adolescência, especialmente na puberdade, ocorre acentuado crescimento físico, período em que há o aumento de 50% do peso e 15% da estatura final do adulto. O crescimento acelerado, acompanhado pelo desenvolvimento psicossocial e estimulação cognitiva intensa, torna as necessidades de energia e nutrientes elevadas, sendo estas atendidas inadequadamente na maioria das vezes.
As mudanças observadas no hábito alimentar da população brasileira, em função de fatores diversos, têm favorecido o aparecimento da obesidade, doenças do coração, câncer e outras enfermidades (Monteiro & Mondini, 1995; World Health..., 1997), as quais vêm se tornando importantes causas de morte em muitos países incluindo o Brasil.
Maus hábitos alimentares, como já havíamos mencionado anteriormente, colabora com o desenvolvimento da obesidade, cujos índices têm crescido nas últimas décadas decorrentes do aumento do consumo de alimentos com alta densidade calórica e redução da atividade física. Há demonstrações de que, entre outros diversos fatores, o tempo que um adolescente passa assistindo à TV pode estar associado à obesidade, pois cada hora diante da TV pode resultar em aumento de até 2% em sua prevalência.
A obesidade tornou-se um problema de saúde pública, agravado pelo fato de a TV exercer grande influência sobre os hábitos alimentares e promover o sedentarismo.
O hábito de omitir refeições, especialmente o desjejum, juntamente com o consumo de refeições rápidas, fazem parte do estilo de vida dos adolescentes, sendo considerados comportamentos inadequados que podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade.
A obesidade na adolescência é um fator preditivo da obesidade no adulto. Segundo dados da Associação Brasileira de Estudo da Obesidade (ABESO), a obesidade na infância colabora prejudicialmente da mesma forma, pois uma criança obesa de dois anos de idade tem o dobro de chances de ser um adulto obeso.
Estudos demonstram outro fator bastante alarmante; estar acima do peso deixa o adolescente mais vulnerável a sintomas depressivos. A constatação é de uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Enquanto os sinais da depressão atingem 80% dos jovens com excesso de peso, a porcentagem é de 21,7% para os que estão com o peso normal. Ainda não se sabe o que ocorre primeiro, a depressão ou a obesidade.
Segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria, muitas vezes a depressão é a primeira a aparecer nos adolescentes, seguida pelo ganho de peso. É importante ressaltar que pessoas deprimidas têm mais dificuldade para combater a obesidade. "O deprimido perde a capacidade de agir, a vontade de fazer as coisas, o dinamismo e a força." Desta forma, a tarefa de perder peso torna-se ainda mais difícil.
Visto assim, o tratamento da obesidade, tanto na adolescência quanto na infância, bem como na idade adulta deve ser multiprofissional, aliando nutrição, medicina e atividade física. A nutrição tem papel fundamental no tratamento, uma vez que esta transmitirá orientações para melhorar a qualidade da alimentação desta faixa
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário